Mês: Janeiro 2023
SINDICADO DOS TRIPULANTES DIZ QUE BÓNUS DA CEO DA TAP PERMITIRIA “ALIVIAR UM POUCO MAIS OS CORTES” AOS TRABALHADORES

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse que o bónus a que a presidente executiva terá direito caso cumpra os objetivos do plano de reestruturação permitiria “aliviar um pouco mais os cortes” aos trabalhadores.
Numa nota aos associados, o sindicato destacou que os dois milhões de euros, noticiados no domingo pelo Correio da Manhã, “permitiriam acabar com a existência de tripulantes com ‘meio per diem’, e consequentemente atenuar a rigidez financeira imposta aos trabalhadores do grupo TAP, assim como aliviar um pouco mais os cortes” a que são sujeitos.
“É de lamentar ficarmos a saber pela comunicação social que a CEO [presidente executiva, Christine Ourmières-Widener] da TAP terá um prémio de dois milhões de euros se cumprir com os objetivos do plano de reestruturação, apesar dos trabalhadores da TAP e dos contribuintes portugueses continuarem a desconhecer o conteúdo desse plano”, salientou o sindicato.
O SNPVAC recordou ainda a administração “da sua comunicação interna de dia 19 de janeiro”, destacando que aguarda os 48 milhões de euros “prometidos aos trabalhadores do grupo TAP, que estariam suspensos, caso tivesse ocorrido a greve”, prevista para entre 25 de janeiro e 31 de janeiro, que cancelaram.
“Como tal não ocorreu, aguardamos que a empresa venha a proceder ao prometido ‘alívio dos cortes salariais efetuados’, mediante o crescimento económico e operacional da TAP”, referiu, acrescentando que “não basta enaltecer os lucros históricos, é preciso saber recompensar os principais responsáveis por essa recuperação: os trabalhadores do grupo TAP”.
O sindicato questionou ainda, sobre a bónus, o porquê da CEO “não ter referido esse valor aquando da sua ida à Assembleia da República”, garantindo que se comprova “uma vez mais que não são os Acordos de Empresa os responsáveis pela situação financeira da TAP e que a ânsia da sua renovação não advém por serem antigos, mas por afastar, e muito, possíveis interessados e condicionar prováveis bónus da administração”.
“Exigimos uma gestão séria e transparente e reafirmamos que não somos contra prémios de gestão, mas sim contra uma gestão que apenas tem como objetivo atingir um prémio à custa dos cortes dos nossos salários, das nossas vidas e nossos direitos”, rematou.
A Lusa questionou a TAP sobre o bónus, que remeteu para as declarações da CEO no parlamento, afirmando que não tem “nada a acrescentar ao que ela disse na ocasião”.
O Ministério da Infraestruturas, também contactado, ainda não respondeu.
GREVE DOS TRIPULANTES DE CABINE DA TAP FOI DESCONVOCADA

Os tripulantes de cabine decidiram hoje aceitar a proposta da TAP e desconvocar a greve marcada para o período entre 25 e 31 de janeiro, indicou fonte oficial do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
A proposta apresentada pela TAP foi aprovada com 654 votos a favor, 301 votos contra e 20 abstenções.
Na quinta-feira, os tripulantes, reunidos em assembleia-geral, tinham rejeitado, pela segunda vez, uma proposta da TAP, que ia ao encontro de 12 das 14 reivindicações do SNPVAC, na tentativa de evitar uma nova greve.
A greve iria decorrer entre 25 e 31 de janeiro e poderia cancelar mais de 1.300 voos. Teria ainda um prejuízo direto de 48 milhões de euros, o valor exato que a companhia diz ter destinado para atenuar os cortes salariais de todos os trabalhadores.
Em relação à sessão de quinta-feira, destaca-se a cedência da TAP quanto à anulação do corte de 25% em ajudas de custo complementares.
CEO DA RYANAIR ACREDITA QUE A TAP VAI SER VENDIDA AO GRUPO DA BRITISH AIRWAYS E IBERIA

Durante uma conferência de imprensa o presidente executivo da Ryanair indicou que pensa que a TAP “vai acabar no grupo que reúne a British Airways e a Iberia”.
Michael O’Leary acredita que os movimentos de consolidação na indústria de aviação europeia vão continuar nos próximos anos. A TAP deverá ir parar ao grupo IAG, que inclui a British Airways, Iberia, Vueling e a Aer Lingus.
O CEO da Ryanair avançou com outras previsões: “Acho que a easyJet vai acabar por ser comprada pela British Airways ou pela Air France ou os dois em conjunto e a Lufthansa vai comprar a Wizz”.
De referir que o Governo pretende privatizar a TAP este ano, tendo a companhia já contratado uma consultora, a Evercore, para o efeito.
O Grupo IAG é um dos interessados na TAP, a par da Lufthansa e da Air France – KLM, embora fosse visto pelo anterior ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, como podendo ameaçar o hub de Lisboa.
O CEO da Ryanair prevê que as fusões e aquisições na aviação europeia vão continuar nas próximas semanas. Uma das operações em curso é a venda de uma parte da ITA Airways ao Grupo Lufthansa.
COMPANHIAS AÉREAS DO GRUPO SATA REGISTARAM NOVOS MÁXIMOS DE PASSAGEIROS EM 2022

O Grupo SATA informou que as suas companhias, SATA Air Açores e Azores Airlines, registaram novos valores máximos de tráfego de passageiros em 2022.
No total das duas companhias, o número de passageiros transportados ascendeu a um novo valor máximo de 1.920.451, o que representou um crescimento de 49,9% em relação ao ano anterior de 2021 e de 12,1% em relação ao ano em 2019, o melhor ano de sempre até à data.
A SATA Air Açores, operador afeto ao serviço público inter-ilhas, transportou um total de 837.236 passageiros, mais 32,2% em relação ao ano anterior e mais 9,2% em relação ao ano pré-pandémico de 2019.
A Azores Airlines, transportou um total de 1.083.215 passageiros, mais 67,1% em relação ao ano anterior e mais 14,5%, em relação a 2019.
O Grupo sublinha que estes resultados de tráfego foram alcançados em 2022, ano ainda bastante marcado pela crise Covid-19 no primeiro trimestre do ano, a que se sobrepuseram os impactos da guerra na Ucrânia e, ainda, as disrupções operacionais sentidas em vários aeroportos no continente Europeu e Norte Americano, destinos que fazem parte da rede da Azores Airlines. Em consequência, as mais recentes estimativas indicam que o número de passageiros em 2022 tenha globalmente estado entre 10% a 15% abaixo de 2019, o que destaca a vitalidade das companhias aéreas do Grupo SATA.
Em 2022, a disponibilidade e fiabilidade das frotas esteve a um nível elevado o que permitiu cumprir com a globalidade do programa operacional. Na SATA Air Açores verificou-se ainda a adição de uma 7ª aeronave no verão para responder à mobilidade na Região Autónoma dos Açores (RAA). Mesmo com um aumento significativo da oferta, o crescimento da procura permitiu o aumento do load-factor médio anual (aproximação ao rácio entre o número de lugares disponibilizados e o número de lugares utilizados) em 5ppts na SATA Air Açores para 72% e em 9ppts na Azores Airlines para 75%, comparativamente com o ano transato.
Em 2023, apesar da extrema volatilidade dos mercados ser o principal desafio, o Grupo SATA antecipa um ligeiro reforço dos números de tráfego, relativamente ao ano anterior.
EASYJET ANUNCIA CINCO NOVAS ROTAS PARA O VERÃO E AUMENTO DA CAPACIDADE EM 36%

A easyjet anunciou hoje a abertura de cinco novas rotas nos aeroportos portugueses e com destino a Glasgow, Nápoles, Palermo, Barcelona e Toulouse.
De acordo com a companhia esta rotas contribuem para um aumento de 36% da sua capacidade em Portugal para 11,2 milhões de lugares.
O anúncio foi feito pelo responsável da easyjet para Portugal, José Lopes, em conferência de imprensa, em Lisboa, onde comunicou as ligações entre Porto e Nápoles e Palermo (Itália), entre Faro e Barcelona (Espanha) e Toulouse (França) e entre Lisboa e Glasgow (Escócia) para a atividade de verão.
“Com estas cinco, fazemos um total de 25 novas rotas que vamos passar a oferecer no verão de 2023 aqui em Portugal”, disse José Lopes em declarações à comunicação social.
Estas rotas agora anunciadas juntam-se às divulgadas recentemente e eleva para 89 o número de ligações da companhia aérea em Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo, tornando 2023 “no ano mais movimentado de sempre da easyjet em Portugal”.
Com este reforço, José Lopes destacou que há também um aumento da capacidade de lugares disponíveis, estando previstos para este ano 11,2 milhões de lugares – “mais três milhões face aos 8,2 milhões do ano passado”.
De igual forma, o responsável enalteceu o crescimento “exponencial desde a pandemia até agora” dos trabalhadores da companhia, estando a decorrer a contratação de pessoal no país que vai permitir passar de 350 face a 2020 para 830 previstos.
Na conferência de imprensa em que destacou que a easyjet tem vindo a fazer “um investimento muito, muito forte” em Portugal, os aumentos previstos da operação e o aumento da quantidade de aviões baseados em Portugal (são agora 19), José Lopes afastou uma subida dos preços dos bilhetes.
Quanto aos ‘slots’ ganhas pela easyjet em Portugal, o responsável da companhia no país esclareceu que não é capacidade nova para infraestruturas e que não representam um aumento de pressão.
“Estes ‘slots’ que estamos a receber em Lisboa não é capacidade nova para infraestruturas. Estes ‘slots’ foram retirados a um player que recebeu ajudas do estado, e outros foram perdidos por outros operadores. É capacidade que já existe, não estamos a exercer mais pressão” sobre as infraestruturas, constatou.