Mês: Junho 2023
Aviação em Portugal recupera mais depressa do que resto do mundo

18 de Junho
Três anos depois do vírus ter lançado um pânico global, as companhias aéreas internacionais estão a aproximar-se dos níveis anteriores a 2019, mas os movimentos nos aeroportos portugueses já superaram os números anteriores aos da maior crise jamais vista no transporte aéreo.
A aviação comercial internacional está no bom caminho para recuperar por inteiro os níveis de atividade que se registavam antes da pandemia de covid-19, mas Portugal tem indicadores que sugerem uma situação já positiva, ou seja, pode ter ultrapassado o registo de 2019. Num estudo da Eurocontrol que analisa o tráfego europeu na semana entre 15 e 21 de março, Portugal surge no top 10 e à frente de países muito maiores, acima de mil voos por dia, o que corresponde a um aumento de 10% em relação ao valor verificado na mesma semana de 2019. Este foi aliás o melhor desempenho entre todos os países da UE.
No mercado europeu, o documento contabiliza uma média de 24 mil voos diários nessa semana, também grande aumento de 22% em relação a 2022, mas ainda abaixo do que se verificara na mesma semana de 2019, quando se registou a média de 27 mil voos. Isto significa que o valor de 2023 está ainda apenas a 88% do nível anterior à pandemia. Se é possível resumir estes dados, a Europa está próxima de atingir os valores de 2019, mas Portugal já estará acima do período anterior à doença.
A análise da Eurocontrol é compatível com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a movimentação nos aeroportos portugueses, que registaram no primeiro trimestre deste ano uma atividade 15% superior à de 2019, no indicador de passageiros. São poucos os países europeus que já recuperaram os níveis anteriores à pandemia nesta área do tráfego aéreo, com destaque para a Turquia, que inaugurou recentemente em Istambul aquele que é já o maior aeroporto do continente. Entretanto, só três países da UE mostram números acima dos de 2019 (além de Portugal, apenas Croácia e Irlanda). A semana analisada pela Eurocontrol teve a contrariedade de uma greve em França e o mercado europeu continua a ser afetado pela guerra na Ucrânia: este país perdeu 100% do tráfego aéreo de 2019 e os aeroportos mantêm-se encerrados à aviação civil.
Avaliando as companhias europeias, a TAP perdeu 7% do número de voos realizados na mesma semana de 2019, mas está no primeiro terço da tabela. A Wizz Air foi a que mais cresceu, 39%, e a Ryanair é agora a maior companhia, com mais de 2100 voos realizados em média, diariamente, durante a semana analisada. Refira-se que a Europa só tem sete companhias no top 25 das maiores transportadoras da aviação civil internacional.
As frases que marcaram a comissão de inquérito à TAP

Encerradas as audições, recorde algumas das frases mais marcantes da comissão de inquérito à TAP, que ao longo de quase quatro meses ouviu 46 depoentes. O relatório final é conhecido a 13 de julho.
Chegaram esta semana ao fim as inquirições presenciais na comissão parlamentar de inquérito à TAP. Ao todo, 46 pessoas foram ouvidas pelos deputados ao longo de quase quatro meses de longas audições. Recorde algumas das frases mais marcantes.
“Se na altura o senhor ministro, ou o senhor secretário de Estado me tivessem dito que preferiam que eu renunciasse, eu teria renunciado, sem contrapartida”
Alexandra Reis, a antiga administradora da TAP cuja polémica indemnização de 500 mil euros despoletou a comissão de inquérito.
“Se cai um avião são logo 100 milhões de euros (…) Estes seguros são prática comum.”
Alexandra Reis sobre os seguros directors & officers (D&O)
“Não tenho dúvidas que foi a vontade da CEO, esta é a minha convicção pessoal, a CEO queria que eu saísse da empresa. Confesso que tenho dúvidas sobre os motivos.”
Alexandra Reis sobre o seu afastamento da TAP
“Eu vou devolver e aguardo que me indiquem os montantes líquidos (…) Discordo [do IGF], mas não quero receber um euro que não me seja devido.”
Alexandra Reis sobre a devolução exigida pela IGF, entretanto já executada
“Penalizo-me pelo comentário que partilhei com ex-CEO sobre o senhor Presidente da República”
Hugo Santos Mendes, o ex-secretário das Infraestruturas, sobre o e-mail enviado a Christine Ourmières-Widener a pedir a alteração de um voo de Marcelo Rebelo de Sousa
“Se eu fui membro do Governo foi porque o líder do Governo aceitou e, já agora, o Presidente da República também.”
Hugo Santos Mendes, em resposta às duras palavras de António Costa e outros sobre a sua atuação
“A indemnização a Alexandra Reis é menos de 1% do trabalho que tivemos na TAP. É menos de 0,1% do trabalho que tivemos no Ministério, mas foi um processo que objetivamente correu mal.”
Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas, sobre o caso Alexandra Reis
“Há verdades que são mais inverossímeis que a mentira, mas eu não vou passar a mentir só porque a mentira parece mais credível que a verdade. As coisas são como são.”
Pedro Nuno Santos
“Lamento muito isto que lhe aconteceu e espero que consiga refazer-se rapidamente, porque será útil a quem quiser trabalhar com ela.”
Pedro Nuno Santos, sobre Alexandra Reis
“Obviamente que tive a convicção que se tratava de um valor particularmente significativo.”
Fernando Medina, ministro das Finanças, sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis e considerada indevida pela IGF
“Muito haveria para dizer, e gostaria de dizer, mas rejeito em absoluto a utilização do SIS pela República é falso, falso, falso.”
Fernando Medina, em resposta ao PSD sobre a atuação do SIS na noite de 26 de abril
“Não permitirei que destruam o meu bom nome. E é também por isso que aqui estou: para defender a verdade e a justiça. Para lutar pela minha honra e dignidade, para mostrar aos meus filhos que perante as maiores infâmias, adversidades, nunca devemos deixar de defender a verdade.”
Frederico Pinheiro, o adjunto do ministro João Galamba, exonerado a 26 de abril, noite em que se envolveu num episódio “rocambulesco” no Ministério
“Enquanto cidadão anónimo sem poder de decisão, fui ameaçado pelo SIS. Fui injuriado e difamado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infraestruturas e alvo de uma campanha por parte da poderosa máquina de comunicação do Governo”
Frederico Pinheiro
“Era importante para o Estado evitar o custo reputacional de uma nacionalização forçada”
João Leão, ex-ministro das Finanças, sobre o processo de recompra da TAP que levou o Estado a pagar 55 milhões a David Neeleman
“Não acredito que ninguém pague 3,2 mil milhões de euros, mas tenho esperança que alguém diga que, se correr bem, que partilha o upside com o Estado, nem que devolva ao longo de 20 anos.”
Diogo Lacerda Machado, ex-administrador não-executivo da TAP e melhor amigo de Antóni Costa, sobre o futuro da companhia aérea
“Não estou envolvido em nenhuma entidade interessada, tenho sido procurado por várias – e já agora não vejo nenhum conflito de interesses -, não aceitei nenhuma das abordagens, […] não excluo envolver-me se achar que posso ser útil à própria TAP”
Diogo Lacerda Machado, sobre um possível futuro envolvimento na empresa
“Se calhar, neste momento, não era o momento ideal para vender a TAP. Se fosse minha, eu neste momento esperava por uma melhor oportunidade, que era pôr a TAP a ganhar dinheiro.”
Humberto Pedrosa, ex-acionista e administrador da TAP durante os anos da gestão do consórcio Atlantic Gateway
“Sem pandemia, a TAP em 2022 estaria em ‘velocidade cruzeiro’ e com resultados líquidos positivos, a crescer de forma sustentável.”
Humberto Pedrosa
“Foi uma aposta minha. Acreditava na TAP e tive o maior desgosto em ter abandonado a TAP. Por isso, aguentei até ser possível aguentar, mas… Se calhar hoje faria a mesma coisa”
Humberto Pedrosa, sobre os 12 milhões de euros investidos na TAP, que perdeu
“Estamos bastante preocupados”. Agentes de viagens apelam a CEO da TAP para manutenção de delegado em Angola

12 de Junho
Decisão de centralizar operações em Lisboa e deixar de ter country manager em Angola preocupa a Associação das Agências de Viagens deste país, facto que levou a associação a apelar a Luís Rodrigues para que reverta a decisão: “Todas as companhias que têm voos regulares para Luanda têm um delegado em Angola”.
As agências de viagens que operam em Angola mostram grande preocupação face à decisão da TAP de alterar a sua estratégia para o mercado africano, algo que levou a associação que representa estas agências a escrever ao novo CEO da TAP, Luís Rodrigues, numa carta remetida a 8 de julho.
Tal como o JE avançou em exclusivo na última edição, a companhia aérea procedeu há poucos dias à alteração da estratégia para África com a centralização desta operação em Lisboa e a não designação de substituto para o atual country manager para Angola e Moçambique. A agravar esta situação está o facto desta decisão ter sido tomada por Silvia Mosquera, a administradora da TAP que está a poucos dias de deixar a companhia aérea.
Grupo de aviação IAG admite concorrer à privatização da TAP

6 de Junho
A empresa-mãe da Iberia admite concorrer à privatização da TAP. O presidente do grupo IAG revelou estar a estudar as condições oferecidas pelo Governo.
A International Airlines Group (IAG), empresa-mãe da Iberia, admite concorrer à privatização da TAP, paralelamente ao processo de compra da Air Europa, caso as condições definidas pelo Governo português o permitam e façam sentido para a empresa.
“Vamos ver o que o Governo português pondera neste processo e analisar se é interessante para a IAG“, indicou o presidente executivo do grupo de aviação, Luis Gallego, em declarações à agência EFE.
Gallego, que participa por estes dias da 79.ª assembleia geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), sublinhou que o grupo está sempre à procura de oportunidades de consolidação.
Recordou, por exemplo, que analisou a compra da Norwegian, mas nunca a concretizou, enquanto continua a tentar a da Air Europa, compra que depende do nível de exigências que a Direção-Geral da Concorrência e a Comissão Europeia (CE) impuserem a esta operação.Os trunfos e fraquezas de Pedro Nuno Santos para a audição Ler Mais
“A TAP pode ser uma opção, mas primeiro temos de ver em que condições vai ser privatizada e se faz sentido para a nossa rede e para os nossos clientes“, referiu.
Explicou que, em princípio, os mercados em que a Air Europa e a TAP operam são complementares, já que esta última voa sobretudo para o Brasil, onde o seu grupo tem pouca presença. Logo “poderão ser duas operações a avançar em paralelo”.
Sobre a proximidade entre o aeroporto de Lisboa e o aeroporto de Madrid-Barajas, comentou que o grupo IAG, sendo internacional e com várias companhias aéreas (Iberia, British Airways, Vueling, Aer Lingus, Iberia Express e Level) trabalha, por exemplo, no Atlântico Norte, com uma dupla estrutura ‘hub’: Dublin e Londres.
Este tipo de preocupação surgiu também com a operação de compra da Aer Lingus, reconheceu, explicando que, nessa altura, questionou “se a sua integração na IAG ia ser má para a empresa irlandesa porque a BA poderia, de alguma forma, devorá-la”. “E não tem sido assim”, acrescentou.
Na sua opinião, o modelo IAG é o melhor, uma vez que é menos integrado a nível comercial e de rede e as marcas mantêm a sua identidade, os seus clientes e as suas receitas.
“Somos um modelo único”, que não tem tanto grau de sobreposição entre as diferentes marcas do grupo, destacou.
Na sua opinião, quando forem tornadas públicas as condições do processo de privatização da TAP, os três grandes grupos europeus da rede — IAG, Air France-KLM e Lufthansa — vão, “pelo menos”, ver se têm interesse.
Em relação à Air Europa, o grupo de aviação IAG já teve as primeiras reuniões com o Comissão Europeia (CE).
O grupo tem uma abordagem pró-ativa nas rotas onde considera poder haver mais problemas de concorrência, mas Gallego não revelou se é semelhante àquela que apresentou na primeira tentativa de obter a aprovação da CE para a operação, em plena pandemia de covid.
“Estamos a rever com a CE o que poderá fazer sentido” porque o contexto em que os acordos com a Volotea e a World2Fly foram apresentados como solução possível é agora diferente.
As companhias aéreas estão a sair da crise e a procura é elevada, face a um contexto, naquela altura, em que muitas empresas poderiam desaparecer, embora também seja verdade que agora é hora de pagar a dívida gerada durante a Covid, considerou, sublinhando: “É outra abordagem, mas o problema é o mesmo”.
Sobre as perspetivas para este ano, disse que não se sabe se o atual crescimento do tráfego se vai manter ao longo do tempo.
O segundo trimestre e o terceiro têm boas perspetivas, mas o último não se sabe, uma vez que o tráfego corporativo ainda está abaixo dos níveis de 2019. Além disso, há muitas incertezas, como a guerra na Ucrânia e o preço do combustível, entre outras.
Ranking: TAP eleita a terceira melhor companhia aérea da Europa

A transportadora aérea portuguesa ocupa também a 13ª posição na lista das melhores 25 companhias aéreas do mundo da AirlineRatings.
7 de Junho
TAP foi eleita a terceira melhor companhia da Europa pela AirlineRatings, anunciou esta segunda-feira, 5, a transportadora aérea em comunicado. A plataforma divulgou a lista com as lista das "TOP 25 Airlines" no mundo para 2023, e, à escala global, a companhia portuguesa de bandeira posicionou-se em 13º lugar.
Os critérios de análise, que englobaram 360 transportadoras aéreas, baseam-se numa escala de uma a sete estrelas considerando fatores como a segurança ou a liderança em inovação para o conforto dos passageiros.
O sistema de classificação tem em conta uma série de fatores diferentes relacionados com as auditorias dos organismos que regem a aviação, as principais associações, bem como os dados de segurança das próprias companhias aéreas. Cada companhia aérea tem uma classificação de segurança discriminada para que possa ver exatamente a sua classificação.
O site Airlineratings.com divulga informação relativa às companhias aéreas que operam a nível mundial e é formado por uma equipa de editores de aviação.
TAP AIR PORTUGAL INICIOU VOOS PARA MENORCA

4 de Junho
A TAP Air Portugal continua o seu reforço para a operação de verão no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Depois de ter inaugurado a sua rota para Palma de Maiorca com seis voos semanais, este domingo, a companhia inaugurou a sua rota para Menorca.
A nova rota sazonal vai ser operada quatro vezes por semana, entre o Aeroporto Humberto Delgado e o Aeroporto de Menorca.
O primeiro voo foi operado pelo Embraer E195 CS-TPZ.
Este dois novos destinos vão-se juntar à operação para Ibiza.