
Exigindo condições iguais às de outras plataformas, tripulantes da easyJet avançam para terceira greve do ano. Transportadora lamenta e considera exigências "impraticáveis"
A proposta laboral, nomeadamente salarial, da easyJet foi ‘chumbada’ esta quinta-feira por 90% dos tripulantes de cabine do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que marcou cinco dias de greve entre 21 e 25 de julho.
Após meses de reuniões com a gestão portuguesa, o SNPVAC admite estar alinhado com alguns pontos da proposta da easyJet, mas não compreende a posição da companhia relativamente ao salário base, “que representa quase dois terços” do total do salário.
“Lamentamos profundamente que a empresa continue a considerar que um FA [tripulante de cabine, na sigla inglesa] português deva receber, no fim dos três anos de aumentos, menos 90% de salário base que um colega francês”, sublinhou o SNPVAC.
A votação da proposta da easyJet encerrou às 12h00 e os resultados são esmagadores: 90% votos contra, 3% abstenção, 7% votos a favor”, informou o sindicato, em comunicado aos associados. Afirmando que “não existe mais espaço a negociação”, e que por isso, não resta alternativa “se não declarar um pré-aviso de greve para os próximos dias 21, 22, 23, 24 e 25 de julho”.
Os tripulantes de cabine da easyJet vão cumprir a terceira greve deste ano, depois de uma paralisação em abril e outra no fim de maio e início de junho, reivindicando condições semelhantes para os tripulantes das bases portugueses à dos das bases noutros países.
“Não compreendemos como não nos podem ser oferecidas rubricas também já existentes, como o ‘short notice’ ou o descaramento necessário para recusar penalizações para erros de ‘payroll’, após anos e anos de falhas”, refere o comunicado. O sindicato defende que “é a demonstração cabal e em uníssono do descontentamento dos associados da easyJet em relação às pretensões da empresa”.
Desapontada com a nova greve de tripulantes de cabine marcada para o final deste mês, a easyJet acusa o sindicato de continuar com exigências impraticáveis, reivindicando aumentos “que não demonstram qualquer sentido de realidade”.
“Estamos extremamente desapontados com o facto de o SNPVAC estar a planear novas ações de greve, apesar da nossa vontade de prosseguir um diálogo construtivo com o objetivo de chegar a um acordo sustentável”, diz a transportadora em comunicado. Salienta ainda que as exigências do sindicato “continuam a ser impraticáveis, com aumentos propostos que não demonstram qualquer sentido de realidade”.
A easyJet diz que a mais recente proposta do sindicato foi um aumento de 44% na remuneração global. E insiste que “emprega toda a sua tripulação ao abrigo de contratos acordados com os sindicatos locais, que estão em conformidade com a legislação local relevante” e que o salário dos tripulantes das bases portuguesas “é competitivo e significativamente superior ao salário médio nacional”.
Nas últimas semanas, empresa e sindicato reuniram-se várias vezes e, segundo a easyJet foi possível “resolver parte dos pontos em aberto”.
“O nosso objetivo continua a ser o de encontrar um acordo positivo, garantindo também a manutenção dos postos de trabalho e da nossa posição no mercado português”, realçou a companhia aérea, que hoje anunciou a abertura de cinco novas rotas no país para o inverno.
Para atenuar o impacto da greve nos clientes, a easyJet vai possibilitar a alteração antecipada do horário dos voos.
“Todos os clientes afetados por cancelamentos são elegíveis para um reembolso ou para uma transferência gratuita para um novo voo”, garantiu a transportadora, aconselhando também a verificação do estado dos voos nos dias de greve, na página da internet.
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