Afinal Michael O´Leary, presidente da Ryanair, só formalizou a queixa em Bruxelas contra a easyJet por alegado "uso indevido" dos 18 slots da TAP, distribuídos na sequência do plano de reestruturação da companhia na quinta-feira. EasyJet diz que a queixa da concorrente irlandesa "não tem qualquer substância"
Na quarta-feira, numa conferência de imprensa em Lisboa, onde a Ryanair apresentou a estratégia para os próximos meses, o seu presidente, Michael O´Leary, afirmou que tinha avançado, em outubro de 2023, com uma queixa em Bruxelas contra a easyJet, alegando que esta não estava a usar devidamente os 18 slots [faixa horária] que lhe foram atribuídos no aeroporto Humberto Delgado, na sequência do plano de reestruturação da companhia portuguesa, que foi obrigada a libertá-los. Queixa essa que a Ryanair disse que tinha reforçado junto das autoridades europeias em dezembro.
A easyjJet assegurou logo na quarta-feira que não tinha sido notificada de nenhuma queixa da Ryanair pondo em causa o uso dos slots de Lisboa. Afinal a queixa formal da companhia irlandesa só seguiu na quinta-feira. Até lá, o que tinha sido feito, disse a companhia ao Negócios, eram pedidos informais para que a Comissão investigasse como estavam a ser feitos os estudos.
O´Leary queixou-se, na conferência de imprensa, de que os slots tinham sido atribuídos erradamente à concorrente britânica. “A EasyJet não está a utilizar os slots de Lisboa. As autoridades europeias da concorrência atribuíram-nas incorretamente. Apresentámos agora uma segunda queixa à União Europeia pelo facto de a easyJet não utilizar essas faixas horárias”, avançou então.
A easyJet ficou surpreendida com a afirmação de O´Leary, já que na quarta-feira ainda não tinha sido notificada da queixa em Bruxelas. Além disso, não se revia nas críticas de O ´Leary, e considerava que estas não faziam sentido. Na verdade a queixa formal da Ryanair contra a easyjet, alegando "o uso indevido dos slots" só foi apresentada na quinta-feira, noticiou o Jornal de Negócios. Ou seja, um dia depois da conferência, por isso, a easyjet, que em Lisboa é liderada por José Lopes, desconhecia a queixa,
"A easyJet não acredita que haja qualquer substância nesta queixa da Ryanair. A companhia continuou a utilizar os slots atribuídos e expandiu a sua presença em Lisboa para além da capacidade de reparação da TAP, baseando desde então mais um avião extra [no Aeroporto Humberto Delgado", afirmou ao Expresso fonte oficial.
Depois de ter recebido os 18 slots da TAP, a easyjet conseguiu mais duas faixas horárias em 2023 no aeroporto de Lisboa, onde se tornou a companhia número dois, destronando a Ryanair. "Além dos 18 slots, conseguimos mais 2 adicionais. Estamos a operar com quatro aviões [mais um do que tinham antes] e com isso conseguimos ganhar à concorrência", contou em entrevista ao Expresso, publicada em janeiro deste ano.
Na conferência de quarta-feira, O ´Leary tinha lamentado que os slots a que a Ryanair se tinha candidatado, e que segundo O´Leary tinham sido injustamente atribuídos à easyJet, não estavam a ser devidamente usados. Acusava ainda easyJet de aumentar a oferta numa verão reduzindo-a acentuadamente no inverno.
Na sexta-feira, o Expresso questionou a Ryanair sobre as datas das queixas de outubro e dezembro, referidas por O´Leary na conferência de quarta-feira, mas não obteve uma resposta.
Entretanto, fonte oficial da Ryanair, esclareceu numa nota enviada ao Expresso que espera que a Comissão investiga
"Temos vindo a solicitar à Comissão que investigue a utilização indevida dos slots de Lisboa que lhe foram atribuídas como remédios [impostos pela Comissão Europeia] na sequência da atribuição à TAP de um auxílio estatal no valor de 3,2 mil milhões de euros. A Comissão não fez nada, apesar das cartas enviadas há meses", explicou a Ryanair, numa declaração que enviou entretanto ao Expresso. Por isso, foi apresentada uma queixa formal à Comissão, na quinta-feira.
"A Comissão Europeia tem de controlar adequadamente as medidas de correção que aprova para garantir que são favoráveis à concorrência, o que não está a acontecer neste caso. Esperamos ver uma investigação adequada por parte da Comissão nas próximas semanas", acrescentou.
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